Bom dia. Eu vejo esta foto e não posso deixar de me indignar. Aliás, eu vejo a maioria das fotos neste blogue e fico com a ideia que "cycle chic" é independente da segurança. Acho louvável fazer um blogue onde o que interessa «é fazer a promoção do uso da bicicleta no seu dia a dia, sem equipamento ou roupas específicas, como meio de transporte normal» mas ... «sem equipamento»? Mesmo o de segurança? Ignorando aquele que pode salvar vidas? Sinceramente custa-me a acreditar que o conceito «cycle chic» possa ser afastado do conceito fundamental da segurança. Até porque, verdade seja dita, o que não faltam são capacetes bem bonitos, que dão um ar bem chi a quem os usa. Fundamental é ter a cabeça protegida. Acho que ainda não vi uma única foto neste blogue onde aparecesse alguém com capacete. Nem uma. E na minha opinião, este blogue também deveria apelar à segurança e mostrar que pode ser chic pedalar mas sempre em segurança. Nesta foto, além do ciclista não usar capacete, ainda tapa os ouvidos com headphones, ficando assim completamente isolado no seu mundo, indiferente a todos os carros que se possam aproximar. Isto é uma imagem de tudo aquilo que não se deve fazer a andar de bicicleta e um péssimo exemplo para todos.
Bom dia! Pois é verdade não há nenhuma foto com capacete porque assim o escolhemos duma forma consciente e deliberada...! Se visitar os outros blogs espalhados pelo mundo verá que é um ponto comum.
É uma opção que não vou explicar por inteiro aqui porque demoraria muito tempo...
O movimento Cycle Chic não está contra o uso do capacete mas contra o uso obrigatório dele por vários motivos...Aqui um link de uma palestra do fundador do movimento (em inglês) que explica a nossa opção... http://momentummag.com/videos/mikael-colville-andersen-why-we-shouldnt-wear-bike-helmets
Aqui também outro link interessante com algumas campanhas: http://www.ecf.com/road-safety/helmets-and-reflective-vests/
Tem o direito de não concordar com esta opção tal e qual tem o direito de usar um capacete... ou não...
É o nosso ponto de vista. Não é um ponto de vista inconsciente mas sim maduro e pensado. Háverá sempre argumentos prós e contra o uso do capacete. O movimento Cycle Chic decidiu defender um com respeito também por quem quer andar com capacete. Um abraço e obrigada pelos comentários! Laura
Laura, pois continuo a discordar dos argumentos apresentados. Também não vou alongar isto pois dos links que já li, isto afinal é discussão comum onde prós e contras já apresentaram mil e um argumentos. Mas em síntese, o que está em discussão não se trata de uma questão de opção, mas sim de haver legislação que obrigue ao uso do capacete. Isto fez-me lembrar um exemplo que se dá nas formação de Higiene e Segurança no Trabalho: "Porque motivo é que, na I Grande Guerra, após a introdução do uso do capacete nas trincheiras, aumentou o número de feridos? Porque com o capacete conseguia-se resistir aos estilahços e anets disso morria-se de imediato com o ferimento". Tal como é dito lá no post do Lisbon Cycle Chic «A pedalar calmamente pela cidade, com estilo e sem stress». Mas mesmo calmamente, nada impede de haver uma distração, enfiar a roda na berma e ir de cabeça o chão. Nesse dia, ter posto um capacete poderá fazer toda a diferença. É claro que em casa também pdoemos escorregar e bater com a cabeça numa esquina de um móvel. Por isso também se poderia exigir o uso do capacete 24h por dia. Eu prefiro pensar no dia em que possa ter um acidente a andar de bicicleta. Nesse dia, de forma consciente, eu prefiro ter um capacete que possa, eventualmente, fazer toda a diferença. Quem quiser, como é óbvio, poderá defender-se com outros argumentos para justificar por não usam capacete. Para mim é desafiarem o perigo de forma inconsciente e um péssimo exemplo em termos de segurança. E discussão de capacetes à parte, mantenho o que disse antes e saliente: não creio que o fundador desse movimento também faça palestras a defender que pedalar com headphones seja chic
Olá de novo! Não, o movimento Cycle Chic não fomenta a ideia que pedalar ouvindo música seja chic, nem que se pode pedalar como queira sem pensar na segurança...Ando de bicicleta todos os dias e nunca de headphones. Tenho luzes para noite, um retrovisor e respeito os sinais de trânsito. Uma foto não significa fazer promoção de. É um registro e mais nada. Também ando de saia, de saltos altos e sem capacete. Corro risco, claro. Tal e qual o peão corre riscos até atravessando nas passadeiras (é bom lembrar que Portugal está no topo europeu a nível de taxa de peões mortos, estes sem capacete!), o condutor a ouvir música no seu carro ou a falar por telemóvel mesmo com sistema apropriado. Olhando bem as fotos dos colegas do Norte, vê se de tudo, a carregar árvores de natal, a falar com outro ciclista vizinho, a beber, a comer, com 3 crianças...
Sem pretender o convencer e respeitando a sua opinião, quero acabar a seguir com um comunicado de imprensa da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de bicicleta sobre o uso de capacete pelos utilizadores de bicicleta não competitivos com o resumo dos argumentos que utilizamos para defender a não obrigatoriedade do uso do capacete. Boa tarde! Laura
aqui o comunicado:COMUNICADO - O USO DE CAPACETE PELOS UTILIZADORES DE BICICLETA NÃO COMPETITIVOS 19 de Agosto de 2007
A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) vem por este meio assinalar a sua posição quanto à sugestão de obrigatoriedade do uso obrigatório de capacete para os utilizadores de bicicleta.
Tem sido sugerido por notícias presentes em alguma comunicação social, assim como em projectos-lei para alteração do código da estrada que o uso do capacete por parte de condutores de velocípedes sem motor venha a ser obrigatório.
Sendo que qualquer utilizador de bicicleta se deve preocupar com a sua segurança, o uso do capacete não deixa de ser recomendado pela FPCUB, no entanto pelas razões abaixo indicadas, o uso do mesmo, não deve ser considerado obrigatório. Considerando que a tendência prioritária, no panorama da mobilidade nas cidades, é a maior utilização de Transportes Públicos assim como a promoção de modos suaves como o andar a pé ou de bicicleta, a FPCUB considera nefastos os efeitos que uma lei de obrigatoriedade do uso de capacete teria, nomeadamente em:
· Redução do número de utilizadores de bicicleta nas estradas Portuguesas, à semelhança do que aconteceu noutros países com a introdução de leis similares; · Desincentivo ao uso de bicicleta para curtas deslocações e a baixas velocidades; · Manutenção do espírito competitivo que se vive nas estradas portuguesas ao estilo do ‘quanto mais rápido melhor’ e como se sabe, mais perigoso também. · Desinteresse pelas medidas de intervenção ao nível do desenho e adaptação do espaço urbano, desprezando o interesse de uma convivência de maior variedade de modos de locomoção, que por sua vez aumentaria, a segurança de todos. · Desequilíbrio ambiental, marginalizando um meio de transporte não poluente com vantagens evidentes para a saúde pública, quer seja para os seus utilizadores quer pela redução de emissões de CO2 e partículas poluentes que tanto assolam as nossas cidades e derivam principalmente do uso massivo do transporte motorizado individual. · Prolongamento do congestionamento existente das vias rodoviárias.
Resumindo, esta medida é altamente penalizadora para o uso da bicicleta e contraproducente para a segurança rodoviária de todos. Está perfeitamente estabelecido que, quanto maior é a percentagem de deslocações realizadas a pé ou de bicicleta num país ou comunidade, melhor é a segurança rodoviária de todos. Acresce que, num contexto onde serão necessárias políticas coerentes de mobilidade, todo o quadro legislativo terá que ser construído de forma a não desencorajar os usos de modos mais sustentáveis.
A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) considera que os utilizadores de bicicleta devem ter consciência dos perigos que incorrem sempre que usam a bicicleta e que decidam em função do percurso e da sua própria percepção do perigo a necessidade ou não do uso do capacete.
6 comentários:
Bom dia. Eu vejo esta foto e não posso deixar de me indignar. Aliás, eu vejo a maioria das fotos neste blogue e fico com a ideia que "cycle chic" é independente da segurança. Acho louvável fazer um blogue onde o que interessa «é fazer a promoção do uso da bicicleta no seu dia a dia, sem equipamento ou roupas específicas, como meio de transporte normal»
mas ... «sem equipamento»? Mesmo o de segurança? Ignorando aquele que pode salvar vidas? Sinceramente custa-me a acreditar que o conceito «cycle chic» possa ser afastado do conceito fundamental da segurança. Até porque, verdade seja dita, o que não faltam são capacetes bem bonitos, que dão um ar bem chi a quem os usa. Fundamental é ter a cabeça protegida.
Acho que ainda não vi uma única foto neste blogue onde aparecesse alguém com capacete. Nem uma. E na minha opinião, este blogue também deveria apelar à segurança e mostrar que pode ser chic pedalar mas sempre em segurança.
Nesta foto, além do ciclista não usar capacete, ainda tapa os ouvidos com headphones, ficando assim completamente isolado no seu mundo, indiferente a todos os carros que se possam aproximar. Isto é uma imagem de tudo aquilo que não se deve fazer a andar de bicicleta e um péssimo exemplo para todos.
Bom dia!
Pois é verdade não há nenhuma foto com capacete porque assim o escolhemos duma forma consciente e deliberada...! Se visitar os outros blogs espalhados pelo mundo verá que é um ponto comum.
É uma opção que não vou explicar por inteiro aqui porque demoraria muito tempo...
O movimento Cycle Chic não está contra o uso do capacete mas contra o uso obrigatório dele por vários motivos...Aqui um link de uma palestra do fundador do movimento (em inglês) que explica a nossa opção...
http://momentummag.com/videos/mikael-colville-andersen-why-we-shouldnt-wear-bike-helmets
Aqui também outro link interessante com algumas campanhas:
http://www.ecf.com/road-safety/helmets-and-reflective-vests/
Tem o direito de não concordar com esta opção tal e qual tem o direito de usar um capacete... ou não...
É o nosso ponto de vista. Não é um ponto de vista inconsciente mas sim maduro e pensado. Háverá sempre argumentos prós e contra o uso do capacete. O movimento Cycle Chic decidiu defender um com respeito também por quem quer andar com capacete.
Um abraço e obrigada pelos comentários!
Laura
e para completar um post especial do blog Lisbon Cycle Chic
http://www.lisboncyclechic.com/?p=247
Bom dia!
Laura
Laura, pois continuo a discordar dos argumentos apresentados. Também não vou alongar isto pois dos links que já li, isto afinal é discussão comum onde prós e contras já apresentaram mil e um argumentos. Mas em síntese, o que está em discussão não se trata de uma questão de opção, mas sim de haver legislação que obrigue ao uso do capacete.
Isto fez-me lembrar um exemplo que se dá nas formação de Higiene e Segurança no Trabalho: "Porque motivo é que, na I Grande Guerra, após a introdução do uso do capacete nas trincheiras, aumentou o número de feridos? Porque com o capacete conseguia-se resistir aos estilahços e anets disso morria-se de imediato com o ferimento".
Tal como é dito lá no post do Lisbon Cycle Chic «A pedalar calmamente pela cidade, com estilo e sem stress». Mas mesmo calmamente, nada impede de haver uma distração, enfiar a roda na berma e ir de cabeça o chão. Nesse dia, ter posto um capacete poderá fazer toda a diferença. É claro que em casa também pdoemos escorregar e bater com a cabeça numa esquina de um móvel. Por isso também se poderia exigir o uso do capacete 24h por dia. Eu prefiro pensar no dia em que possa ter um acidente a andar de bicicleta. Nesse dia, de forma consciente, eu prefiro ter um capacete que possa, eventualmente, fazer toda a diferença. Quem quiser, como é óbvio, poderá defender-se com outros argumentos para justificar por não usam capacete. Para mim é desafiarem o perigo de forma inconsciente e um péssimo exemplo em termos de segurança.
E discussão de capacetes à parte, mantenho o que disse antes e saliente: não creio que o fundador desse movimento também faça palestras a defender que pedalar com headphones seja chic
Olá de novo!
Não, o movimento Cycle Chic não fomenta a ideia que pedalar ouvindo música seja chic, nem que se pode pedalar como queira sem pensar na segurança...Ando de bicicleta todos os dias e nunca de headphones. Tenho luzes para noite, um retrovisor e respeito os sinais de trânsito. Uma foto não significa fazer promoção de. É um registro e mais nada. Também ando de saia, de saltos altos e sem capacete. Corro risco, claro. Tal e qual o peão corre riscos até atravessando nas passadeiras (é bom lembrar que Portugal está no topo europeu a nível de taxa de peões mortos, estes sem capacete!), o condutor a ouvir música no seu carro ou a falar por telemóvel mesmo com sistema apropriado.
Olhando bem as fotos dos colegas do Norte, vê se de tudo, a carregar árvores de natal, a falar com outro ciclista vizinho, a beber, a comer, com 3 crianças...
Sem pretender o convencer e respeitando a sua opinião, quero acabar a seguir com um comunicado de imprensa da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de bicicleta sobre o uso de capacete pelos utilizadores de bicicleta não competitivos com o resumo dos argumentos que utilizamos para defender a não obrigatoriedade do uso do capacete.
Boa tarde! Laura
aqui o comunicado:COMUNICADO - O USO DE CAPACETE PELOS UTILIZADORES DE BICICLETA NÃO COMPETITIVOS
19 de Agosto de 2007
A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) vem por este meio assinalar a sua posição quanto à sugestão de obrigatoriedade do uso obrigatório de capacete para os utilizadores de bicicleta.
Tem sido sugerido por notícias presentes em alguma comunicação social, assim como em projectos-lei para alteração do código da estrada que o uso do capacete por parte de condutores de velocípedes sem motor venha a ser obrigatório.
Sendo que qualquer utilizador de bicicleta se deve preocupar com a sua segurança, o uso do capacete não deixa de ser recomendado pela FPCUB, no entanto pelas razões abaixo indicadas, o uso do mesmo, não deve ser considerado obrigatório.
Considerando que a tendência prioritária, no panorama da mobilidade nas cidades, é a maior utilização de Transportes Públicos assim como a promoção de modos suaves como o andar a pé ou de bicicleta, a FPCUB considera nefastos os efeitos que uma lei de obrigatoriedade do uso de capacete teria, nomeadamente em:
· Redução do número de utilizadores de bicicleta nas estradas Portuguesas, à semelhança do que aconteceu noutros países com a introdução de leis similares;
· Desincentivo ao uso de bicicleta para curtas deslocações e a baixas velocidades;
· Manutenção do espírito competitivo que se vive nas estradas portuguesas ao estilo do ‘quanto mais rápido melhor’ e como se sabe, mais perigoso também.
· Desinteresse pelas medidas de intervenção ao nível do desenho e adaptação do espaço urbano, desprezando o interesse de uma convivência de maior variedade de modos de locomoção, que por sua vez aumentaria, a segurança de todos.
· Desequilíbrio ambiental, marginalizando um meio de transporte não poluente com vantagens evidentes para a saúde pública, quer seja para os seus utilizadores quer pela redução de emissões de CO2 e partículas poluentes que tanto assolam as nossas cidades e derivam principalmente do uso massivo do transporte motorizado individual.
· Prolongamento do congestionamento existente das vias rodoviárias.
Resumindo, esta medida é altamente penalizadora para o uso da bicicleta e contraproducente para a segurança rodoviária de todos. Está perfeitamente estabelecido que, quanto maior é a percentagem de deslocações realizadas a pé ou de bicicleta num país ou comunidade, melhor é a segurança rodoviária de todos. Acresce que, num contexto onde serão necessárias políticas coerentes de mobilidade, todo o quadro legislativo terá que ser construído de forma a não desencorajar os usos de modos mais sustentáveis.
A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) considera que os utilizadores de bicicleta devem ter consciência dos perigos que incorrem sempre que usam a bicicleta e que decidam em função do percurso e da sua própria percepção do perigo a necessidade ou não do uso do capacete.
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